Pátria de emigração.
É num poema que te posso ter...
A terra - possessiva inspiração;
E os rios - como versos a correr.
Achada na longínqua meninice,
Perdida na perdida juventude,
Guardei-te como podia:
na doce quietude
Da força represada da poesia.
E assim consigo ver-te
Como te sinto:
Na doirada moldura de lembrança,
O retrato da pura imensidade
A que dei a possível semelhança
Com palavras e rimas de saudade.
Miguel Torga
(Com este poema presto uma pequena homenagem a Roberto Pietro e agradeço o destaque no seu blog “Alma Guerreira”)
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